17 agosto 2009

aconteceu comigo

Estávamos voltando de Passos-MG, no domingo à tarde, quando paramos perto de Mococa-SP para almoçar. Fui ao banheiro do restaurante e notei que alguém se sentia mal e pedia ajuda. A voz vinha de um dos reservados. Fui até lá, onde uma senhorinha segurava a porta entreaberta. Alguém não estava bem lá dentro. Perguntei se precisava de ajuda e ela respondeu que não. Voltei ao banheiro que iria usar, mas os gemidos tornaram-se mais fortes até cessarem. Fiquei desesperada e voltei a falar com a mesma senhora. Pedi para ajudar de alguma maneira. Nisso, outras senhoras entraram e começaram a chamar pelo nome, a pessoa que não passava bem. Essa, já não respondia nem gemia mais. Passei pela senhora que mantinha a porta encostada e pedi para ver quem estava lá dentro. Vi que lá estava outra senhora quase sem sentidos. Não sei como, a tirei de lá e a coloquei perto do lavatório. Tentando conversar com ela, perguntei seu nome, ao que ela não respondeu, fiz outras perguntas e nada. Não estava mais aguentando segurá-la quando pedi a uma das senhoras, a essa altura já eram muitas, que pegasse uma cadeira no restaurante. Até que a cadeira viesse, instintivamente, fiz alguns procedimentos que de uma maneira ou de outra, fizeram com que a senhora que passava mal, melhorasse. Enquanto tentava conversar com ela, fiz também algumas perguntas sobre ela para as acompanhantes. Estavam viajando juntas. Eram todas amigas. Todas com mais de setenta anos, lindas. Mas, aí é onde quero chegar, ninguém sabia se ela era cardiopata, diabética, hiper ou hipotensa, ou se tinha algum outro problema, que necessitasse de algum cuidado especial. Não sabiam nem se ela tomava algum medicamento de uso contínuo. Assim que a senhora melhorou, saí do banheiro e desatei a chorar. Era um misto de agradecimento por ela estar bem, com o medo do que poderia ter acontecido ali, tão perto de mim. É sempre assim. Na hora H eu faço o que precisa, mas depois eu desmorono. Ficamos um pouco mais por lá, para que eu me recuperasse. Vimos que todas as senhoras estavam bem e mais calmas. Verifiquei que a que tinha se sentido mal estava ainda sentada no banheiro, mas estava bem melhor. Eu não sei o que poderia ser feito, mas penso que ao saírem para uma viagem, deveriam fazê-lo com pessoas que se conheçam realmente. Umas cuidando das outras, ou alguém para essa finalidade, sabendo mais umas sobre as outras. Sei lá. Se alguém tem problema com a saúde, a quem avisar em caso de necessidade. Não sei o que eu quero, mas sei que fiquei muito assustada em não saberem nada, umas das outras no que diz respeito ao estado de saúde. Nossa que susto! Graças à Deus, tudo acabou bem.

Um comentário:

Fla disse...

Nossa que medo...
E viu, irresponsabilidade dos parentes também não é mesmo, deixar uma senhora viajar assim, com outras e sem um guia, ou então com informações dos medicamentos na bolsa...
Ai meu Deus, acho que sou como você, eu na hora também faço as coisas, mas depois desato a chorar.
Linda sua atitude.
Bjs
Fla