04 setembro 2009

Ontem




Não sei onde você mora, mas aqui, o tempo mudou radicalmente ontem. De dia quente e ensolarado, virou num tempo brusco, uma ventania do caramba, escureceu e ainda eram só quatro horas da tarde. Tudo isso em um piscar de olhos. Que coisa assustadora. Eu, como já comentei, tenho paúra de tempestade e senti aquele frio na nuca, sinalizando que vinha uma das bravas. Não deu outra. A rua era só redemoinhos. Tudo voava. Papéis pequenos, galhos de árvore não tão pequenos. Areia, folhas e terra fizeram o ar ficar tão sujo que se sentia sujeira até nos dentes. Eu moro no primeiro quarteirão de uma rua que é levemente uma descida. De casa não se enxergava o final da rua, há uns duzentos metros. É claro que não fui à rua apreciar o mau tempo, é claro que não, longe disso, mas estava recolhendo cartas da caixa do correio, colocando minha cachorrinha Vitória para dentro de casa, que por incrível que possa parecer, tem mais medo de temporal que eu, recolhendo o tapete da soleira da porta da sala, que apesar de muito pesado, insistia em voar. Comecei a cantar em tom mais alto que o costumeiro, mas não adiantou. Fiquei apavorada. A energia, é claro e esperado, deu uma falhada e assim a coisa ficou pior. Restabelecida a energia, meu telefone tocou. (Meu telefone é da NET e depende de energia elétrica para funcionar.) Era meu filho Bruno, perguntando se estava tudo bem. No aeroporto, onde trabalha e que fica bem pertinho de casa, a situação não tinha sido diferente. Talvez até pior. Ele contou que foi um corre corre danado para amarrar aeronaves para que não saíssem voando sem pilotos ou mesmo tombassem, como já aconteceu. No aeroporto, como é um campo aberto, muita coisa voava que não era avião. Era a força do vento comandando o triste espetáculo. É, a Mãe Natureza está meio brava. Precisamos agradar mais essa gentil senhora, para que essas coisas se, não deixem de acontecer, pelo menos, fiquem mais raras e tenhamos de volta essa Mãe, mais gentil, como há tempo não vemos.

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