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16 dezembro 2009
LEMBRANÇAS DE NATAIS PASSADOS
As festas de Natal na minha família, eram acontecimentos tão maravilhosos, que ficávamos comentando os detalhes por tanto tempo, que quando a gente se dava conta, já era chegado um novo Natal. Mas um ponto a se destacar eram as árvores. Ah, que árvores, que maravilhas, que magia elas traziam para nossa festa. Era sempre meu pai quem as trazia para casa, sempre natural, é claro. Era um pinheiro, que quase não se vê mais. Era um pinheiro que cutucava as mãos, espinhava os dedos, quando a gente queria tocar nela para colocar os enfeites. Mas era linda. Tinha um cheirinho de mato, pinho, terra, tudo junto. Meu pai era o mestre em ser exagerado, então, imaginem se ele não trazia pra casa a maior árvore que encontrava. É claro que sim. Sempre enorme. A árvore já vinha em latas muito grandes com terra tratada, o que garantiria vida longa para ela. Afinal, da minha casa ela só sairia depois do dia dezessete de janeiro, quando era aniversário do papai. Mas voltando ao tamanho, por mais que eu crescesse, elas sempre eram enormes pra mim. Muito iluminadas, com muitos enfeites coloridos. Naquela época, os enfeites eram feitos de um material muito fino e se quebrava com muita facilidade. Eram colocados muitos festões prateados, dourados, azuis, vermelhos, tudo junto. Tinha espaço pra tudo. Todo ano, papai e mamãe iam à São Paulo, comprar novos enfeites e assim a cada ano, o número de enfeites ia aumentando. Mas, como disse, tinha espaço pra tudo. As luzes de nossas árvores não eram luzinhas pequeninas não. Eram lâmpadas coloridas, do tamanho que hoje é usado em geladeira e fogões. Eram lâmpadas de todas as cores. E as vezes nem piscavam. Não precisava. Era linda assim. Como minha família era grande, nossas casas sempre o foram também. Uma vez, quando morávamos num sobrado no centro da cidade, meu pai chegou com uma árvore tão grande, que pensamos: "Essa não vai caber. Não tem espaço". A árvore era realmente enorme. Dessa vez papai tinha caprichado. Caprichado não, tinha exagerado, isso sim. Pois bem, quando entrou pela sala com aquela enormidade, foi arrastando mesa, cadeiras, poltronas, sofá. Mexeu aqui, ali, até que conseguiu colocar a árvore em pé. Tá certo que a ponteira ficou meio de ladinho, mas que ficou em pé, na sala, ficou. Para alegria do papai e é claro, nossa também. Esse ano, até os enfeites foram novidades. Papai colocou um sem número de bombons. Toda a árvore estava repleta de bombons. Um mais colorido e delicioso que outro. E como era para todos se fartarem, mas ao mesmo tempo, não querendo que a árvore ficasse sem seus "enfeites", papai deixou ao lado da árvore, uma cesta de Natal também cheinha de balas e bombons, para que todos se servissem. Só na noite do dia vinte e quatro de dezembro, papai pegou o primeiro bombom da árvore, delicadamente o abriu e deu para minha mãe. E falou para que cada um pegasse um bombom e com ele na mão, fizesse um brinde, agradecendo pelos Natais passados, pelo atual e pedindo bênçãos para todos os próximos. Inesquecível. Coisas de criança feliz.
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7 comentários:
ADORO HISTÓRIAS.........HUMMF
Que bom compartilhar essas lindas histórias conosco. Bjos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com
Que linda história!!!Aqui em casa eu passava com o meu pai na casa de uns amigos e antes disso passava na casa de todos os famíliares,agora passo com o meu marido e a família dele,eu moro um pouco distante da minha família!!!
Bjs... E um ótimo fim de semana!!!
Welze,
Esses acontecimentos são alimentos para a alma, né? O seu relato me levou também a tempos passados ao que eu via não propriamente em minha casa (pois minha família só ligava mesmo para a parte de comidas) mas nas casas dos vizinhos!
Quando me casei, também quis um pinheiro natural no meu Natal, mas... depois tive de plantá-lo em meu quintal (e ele hoje está enorme), então desisti desse intento.
Beijinho
Welze, que maravilha de estória..sua família devia ser o máximo, tá explicado vc ser assim garota!
E essa coisa dos bombons me fez lembrar que eu comprava uns papais noéis de chocolate e pendurava misturados aos enfeites quando meus filhos eram pequenos e avisava que só podia comer no dia de natal...quando ia ver, não tinha nenhunzinho pro natal...os danadinhos traçavam tudo antes...minha filha morre de rir quando se lembra dessa estória...bons tempos que não voltam mais....Tô muito tristinha hoje amiga...decepções, solidão...tudo...parece que hoje estou com um nó no meu peito que não desata por nada...
Beijos amiguíssima!
Welze, viajei com sua historia, que coisa linda a gente recordar coisas passadas. Fiquei emocionada com a arvore de bombom do seu pai, e ele abrir o primeiro bombom e dar a sua mãe foi lindo, até chorei.
Bjs
Seu pai devia ser uma pessoa muito especial.
Tanta delicadeza e cuidado com a família, isso está ficando cada vez mais raro hoje em dia! Lindas recordações!
Bjuss!!!
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