UM ESQUECIMENTO

Um amigo que todos procuramos ao irmos para a cama, é sem dúvida nosso colchão. Seja ele de molas, de espuma, densidade tal, semi ortopédico, sei lá. O colchão nos presta um serviço incrível que é o de nos acalmar dores do corpo, relaxar , induzir ao sono. Tudo de bom, não é mesmo? Nem sempre. Principalmente quando esse amigo, já não é tão amigo. Estava travando uma luta insana com meu colchão. Cada dia me levantava mais cedo, com a desculpa de caminhar, por não aguentar mais ficar sobre ele. Estava me dando dores na costa, ao invés de tirá-las. Não falei nada com o bonitão até que um dia, ao me levantar, dei aquela espreguiçada, entortei o corpo para trás e comentei que estava cada vez mais, com dor na costa pela manhã. Dor essa que não estava lá ao me deitar. Sérgio falou que também acordava cansado toda manhã. Não conseguia o descanso procurado durante a noite, mas estava achando que era normal por causa do calor, ter dirigido muito no dia anterior e outras desculpas que encontrava para justificar o cansaço de todas as manhãs. Chegamos a conclusão que nosso desanimo matutino era culpa do colchão. Verificando as notas fiscais, sim pois as guardo todas, desde sempre, encontrei a do colchão. Aí quase que literalmente caí da cama ao verificar que o nosso colchão, querido amigo de tantos anos, e bota anos nisso, já estava conosco há mais de dez anos. Nem vou falar há quantos anos, para não ser motivo de chacota. Mas imagine um número alto, é esse mesmo. Não era á toa que acordava toda manhã, cansada e dolorida. O tal do colchão estava ainda bem bonitão, com seu aspecto de novo, por cuidar bem dele, mas já não estava desempenhando seu trabalho a contento. Incrível. Como pudemos esquecer de trocar o colchão? Não acredito que tenha ocorrido isso. Compramos um lindão, caro, mas o que é barato hoje em dia e que seja de boa qualidade? É o tal do custo benefício. Se não morrermos até daqui uns bons anos, precisamos nos lembrar de trocá-lo. Nada é eterno e colchão então, tem uma vida útil, não tão longa.