25 janeiro 2010

gente de coragem


Se existe gente de coragem, sem dúvida um bom exemplo, é o Carteiro. Nosso carteiro de cada dia e de todo dia. Como diz aquela máxima antiga, ele vem com chuva ou sol, com frio ou calor. É verdade, vem mesmo. Pelo menos é assim na rua de casa. Moro nessa casa há uns vinte e sete anos e nesse tempo todo, sempre pudemos contar com esse valioso serviço. Por incrível que possa parecer, nesses anos todos, foram poucas vezes que o profissional das cartas, foi mudado. É muito bom que seja assim. Podemos conhecer, se não a pessoa, pelo menos a carinha, o rosto de quem sempre aperta a campainha ou grita nosso nome no portão de casa. Quem não é muito amiga é a Vitória, nossa cachorrinha. Eita Vivi! É de amargar essa cachorrinha. Todo dia, quando o carteiro, que já está conosco há muito tempo, vem chegando, a cachorrada da rua, já vai ficando ouriçada, começa aquela latição do caramba. Quando chega no portão de casa, que é de grade e a caixa de correspondência fixada nessa grade, é um senhor nos acuda! É de virar e romper. A bendita da cachorrinha fica com os pelos do dorso eriçados, late feito uma condenada, chega até babar. Ela já o conhece, mas não dá folga. Quando o rapaz tenta enfiar a correspondência na caixa, aí então é pracabá. Ela late na cara dele, ele fica tentando enfiar as cartas, ela não pára de latir e ele não desiste de sua empreitada. Eu não aguento. Dou uns berros de lá de dentro de casa mesmo, pois sei que só pode ser a briga de todo dia. Ela obedece, se afasta do portão, mas não para de rosnar. O rapaz sabe que não será mordido, mas todo dia, passar por esse drama, é difícil. Mas o carteiro, não desiste. Fiel entregador de contas, boas e não tão boas notícias, documentos, encomendas e tantas outras coisas que nos chegam pelo correio, fica contente quando consegue cumprir sua tarefa e vai embora, para outra rua, com ar de satisfação. Mas sabe que ali, logo ali mesmo, tudo recomeça. Só muda o endereço. Parabéns, amigo carteiro. Vai desculpando a Vivi. Não parece mas ela é do bem. Só que as vezes ela se esquece disso.

2 comentários:

Paula Pacheco disse...

Welze parece em casa, a nossa cachorra faz a mesma coisa hahahha, não adianta é instinto animal...e viva os carteiros mesmo, trabalho arduo,
bjs
Paula

Leci Irene disse...

Welze, o "nosso" carteiro, vem chegando e dizendo para os nosso cães: eu não sou o açougueiro! eu não sou o açougueiro!

hehehehe
beijos