26 fevereiro 2010

quero mais carnaval

Esse carnaval me deixou com gosto de quero mais. Não sei porque. Me diverti bastante durante os dia de folia, viajei, acampei, pesquei, saí atrás do trio elétrico, mas mesmo assim, com toda essa agitação, parece que não fiz tudo que queria. Pensando em carnaval, me ocorreu uma passagem de quando tinha meus quinze anos, mais ou menos. Era uma mocinha que começava a frequentar os bailes noturnos de carnaval nos clubes da cidade. Sempre com minha fiel companheira, minha irmã, Pe. Mas para nós, era pouco carnavalzar só nos bailes noturnos, então, querendo mais, íamos também nas matines que os clubes faziam para crianças. Aos maiores, só era permitida a entrada no salão se estivessem com crianças. Tínhamos então, apenas um sobrinho, nosso querido Pilan. Ele seria nossa entrada nos salões para brincar o carnaval também nas matines. Mas para tanto, teríamos que convencer nossa cunhada Fada, a nos deixar levar o garoto de uns dois anos na época, até o clube. Depois de muita insistência, com o aval da cunhada, fomos Pe, eu e o Pilan. Logo de cara entrei no meio do salão com ele nos ombros, de cavalinho, como se dizia. Dei várias voltas no salão com ele, cantando e dançando. Nos divertindo muito. Pelo menos era isso que eu pensava. De um momento para outro, todos que nos viam, apontavam para cima, para meu sobrinho e davam muitas risadas. Eu, toda empolgada e orgulhosa, dizia a todos que era meu sobrinho. Isso me entusiasmava mais ainda. As gargalhadas continuavam e eu, dançando e cantando. Num dado momento, senti minha testa molhar e um líquido escorrer pelo meu rosto. Que será isso?, pensei. Aí então, descobri o motivo de tantas risadas. Em meus ombros, enquanto eu pulava, dançava e cantava, meu sobrinho dormia a sono solto, tanto que começou a babar na minha cabeça. Tínhamos esquecido um detalhe. Aquele era o horário da soneca da tarde do Pilan e ele por nada desse mundo, mudava seus hábitos. Até que tentei acordá-lo para continuar no clube, mas não teve jeito, ele dormia como um anjo, em plena folia, só nos restando o abandono da matine carnavalesca e o retorno a nossa casa. Como alguém consegue dormir em plena folia, em pleno carnaval, com o som nas alturas? Só esse meu sobrinho, o meu amado Pilan.

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