25 março 2010

ANTES e AGORA

Como a gente muda no decorrer da vida, não é mesmo?
Somos uma verdadeira caixa de Pandora. De tempos em tempos, a tampa se abre e lá se vão novos conceitos, gostos, crenças, medos, opiniões, atitudes.
Estamos em constante mudança e evolução. Bom assim. Muito bom isso.
Converso muito sobre isso com o bonitão e outro dia garramos a falar de como mudamos nossos gostos nossos. Quando casamos, ele não suportava e ideia de encontrar na comida, pedaços de alho, cebola ou cheiro verde. Já eu, fui criada comendo tomate, cebola, alho, cebolinha e salsa em tudo quanto era preparação. Minha mãe não obrigava ninguém a comer mas sempre falava que fazia parte do preparo, que esses ingredientes tornavam a comida mais saborosa e que o máximo que ela fazia para "ajudar" quem não os quisesse comer, era colocá-los em pedaços grandes para dessa forma ficar mais fácil a sua retirada, já no prato de cada um. Eu como gostava muito de cozinhar, me esmerava em nossa cozinha desde recem casada, usava de tudo. O bonitão no começo separava, mas com o tempo foi aceitando os temperos e hoje gosta de tudo e não se faz churrasco em casa sem que entre na churrasqueira algumas cabeças de alho que ele mesmo prepara para comermos. Outra coisa que ele não gostava de jeito nenhum era carne. Para ele, "mistura" era ovo e batata fritos e para minha aflição, salsicha em lata e um tal de quitute de boi que vinha em uma latinha com uma chavinha que se prendia em uma aba da lata e para abrir a gente enrolava essa chave e assim abria aquela "maravilha". Eu não gostava nem de ver aquilo, mas preparava para ele. As salsichas vinham em uma água gelatinosa dentro da lata que para mim, era de amargar. Ainda por cima ele gostava dessa "iguaria" frita. Quando eu preparava um bom, grande, grosso e delicioso bife, ele gostava do cheiro mas nem sequer experimentava. Agora, quando faço um bife acebolado, disputamos as cebolas mais que a própria carne. Na casa da mamãe comíamos muito peixe, apesar de eu não curtir muito. Mas para ele, peixe era só atum em lata. Agora, não só come todo tipo de peixe como prepara peixadas e peixe em folhas de bananeira, para ninguém botar defeito. Agora, eu também como na boa. Ele nunca gostou de roupa preta, nem para ele nem para mim. Eu adorava. Mas, por força de ser motociclista, além de usar, até me presenteia com blusinhas que vê em vitrines, gosta, acha que eu também vou gostar, compra para mim e sabem de que cor? É isso mesmo, preta. A gente vai convivendo, aprendendo a gostar de coisas a princípio para agradar a pessoa, mas depois vira hábito e depois fica sendo por gosto mesmo. Isso acontece em todos os momentos da vida. Num casal, se você não muda em alguma coisa, não cede em outras, não existe um relacionamento. Existe sim uma coexistência. Não participam um da vida do outro. Só vivem juntos. Pelo menos é assim que eu penso. Não acho que você ceder em alguma coisa, deixar de agir de uma maneira, não ir a algum lugar, não assistir a determinado programa, lhe torne a nova Amélia. Não é isso que lhe vai deixar submissa. É apenas uma maneira de viver bem. Os dois cedem. Os dois se agradam. Encaro isso como um carinho. Você arrumar sua casa, deixá-la sempre agradável, limpinha, cheirosa, não faz de você uma escrava, pois faz isso para você também. E para o seu parceiro é claro. É carinho. Tão gostoso quanto isso, é você ir para a cama depois dele e ver que seu travesseiro e roupa de dormir(se você a usa) já estão ali do ladinho dele a sua espera. É carinho. Você esperar seu companheiro de banho tomado, cheirosa, é carinho, assim como o é quando pela manhã, ao entrar no banheiro depois dele, você já encontra sua escova de dentes com a pasta colocada. É carinho dos bons. Qualquer mudança e cessão que você faça para quem você ama, é um ato de amor. Companheirismo. Isso só lhe torna melhor. Mais amante mais amada.

10 comentários:

Renata disse...

Minha amiga, como sempre, vc e suas sábias reflexões!
Tens toda razão, vida a dois, ou mais...é assim, a cada momento um ceder, pra que possamos viver em completa harmonia!
Um abraço, bom dia!

»¤Þ䵣䤫 disse...

Achei bem divertido ler seu texto, faz praticamente 5 anos que namoro, hoje estou noiva e pretendo casar no 1º semestre de 2011 (se Deus ajudar) quando comei a namorar, meu "nego" só comia arroz, feijão e bife (esturricado), não comia nenhum tipo de verdura, legume e frutas, hoje ele come de tudo, prova de tudo, disse que nunca mais vai falar que não gosta de determinada coisa sem provar, sabe para mim isso é uma prova de amor enorme e me deixa muito feliz, eu concordo com vc quando diz que: "Qualquer mudança e cessão que você faça para quem você ama, é um ato de amor. Companheirismo." e é com esse pensamento que vamos levando nossa vida muito felizes! Bjinhos Welze querida!

Gina disse...

Quando a cessão é de ambas as partes, isso sim é consideração, caso contrário seria submissão.
Quando ambos trabalhávamos, não saíamos de casa sem um beijinho de despedida. Agora, aposentados, fazemos questão de trocar um um beijo ao acordar (depois de escovar os dentes...rs!. O dia, assim, já começa bem.

Glorinha L de Lion disse...

Welze, vc me encanta com esse seu jeito tão simples e gostoso de falar das pequenas coisa da vida, que de pequenas nada tem, pois são grandiosas em sua pequenez cotidiana...a vida a dois é exatamente isso que vc descreve tão bem...há que ter persistencia, resistencia e ceder as vezes...e vc achou um parceiro ideal, realmente sua cara metade.
E vc merece!
Bjs.

Fla disse...

Welze, eu amei teu post.
Foi uma aula pra mim, e confesso que tudo se resume muito bem nesta frase: "Não acho que você ceder em alguma coisa, deixar de agir de uma maneira, não ir a algum lugar, não assistir a determinado programa, lhe torne a nova Amélia. Não é isso que lhe vai deixar submissa. É apenas uma maneira de viver bem. "

Concordo e assino embaixo. Pena que poucas pessoas pensem assim né?
Beijos

Leci Irene disse...

Encantador o teu texto! E, verdades que toda a mulherada deveria ler... Como é bom estar ainda enamorada depois de tantos anos de casada! Gostei. Amei.

Tati Cavazim disse...

E carinho foi o que aprendemos aos montes com vc e com o papai a fazermos uns nos outros.
Ontem senti um desses momentos de carinho que vale a pena mencionar.
Leio o Evangelho todos os dias antes de dormir, as vezes em voz alta para o Lindo poder compartilhar da mensagem, outras vezes com a voz do coração.
Ontem, a hora que fui me deitar, meu tão amado marido, havia deixado o Livrinho que nos acompanha com tanto "carinho", em cima do meu travesseiro para que eu não me esquecesse da leitura.
Sorri, ele já estava dormindo, fiz minhas orações de agradecimento no banheiro, para não acender a luz. Fui dormir feliz. Bons momentos alimentam nossa alma e coração.

Aline Vachelli disse...

Que texto lindo Welze!!
Compartilho dos mesmos pensamentos que você. Como é bom dar e receber carinho não é?
Beijão....

Aline Vachelli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vicentina disse...

Olá querida vc sabe das coisas né rsrs, que aula esta em... adorei, e é assim que acontece com os casais que se dão bem.
Um vira cópia do outro, gosta das mesmas cores, das mesmas comidas, dos mesmos assuntos, dos mesmos lugares e por aí vai.
Vc tem um grande companheiro..., mas vc tbm é uma grande companheira...
Estou aqui as lágrimas de ler o que sua filha te escreveu, e eu não vou escrever mais nada porque tudo seria pouco para espressar minha emoção...
Bjs, Felicidades e BFS.