05 novembro 2010

A MALDADE DOS PEQUENOS. SERÁ QUE EXISTE ISSO?

Eu pergunto e respondo. Existe sim. Quem não passou quando pequena ou pequeno, por situações constrangedoras, quando nem conhecíamos essa palavra e nem sabíamos o significado dela? Se usava óculos, era QUATRO OLHOS, se era gordo, ROLHA DE POÇO, se magro, PAU DE VIRAR TRIPA, ou OLIVIA PALITO, quando banguela, ASSOBIADOR, se alto, TROCADOR DE LÂMPADA DE POSTE, se baixo, PINTOR DE RODAPÉ, se preto, TIÇÃO, se branco, COALHADA e por aí vai. Cada dia mais uma porção de novos apelidos meigos como esses, entram na moda. É um martírio. E a meninada é cruel. Não perdoa ninguém. Não falo aqui das agressões, tiros, gangs e do famigerado BULLING. Nem tocarei nisso, pelo menos por hora. Falo de coisa mais corriqueira, mais leve. Foquei esse assunto, pois estou levando minha sobrinha neta Nicole à escola todos os dias, enquanto sua mãe se recupera. Outro dia, ao me despedir dela, quando fui me baixar para lhe beijar, ela rapidinho falou CHAU e se afastou sorrindo. Perguntei-lhe se não queria ser beijada, ela respondeu que não. Estranhei, mas com tantas outras coisas na cabeça, deixei rolar. Dia desses, já na escola me despedi e ela disse:- Até mais tarde. Muito adulta para meu gosto. Ontem, na casa dela, conversando com minha irmã e sobrinha, mãe dela, comentei o ocorrido e a mãe dela disse que ela estava assim mesmo e que não queria beijos nem na entrada nem na saída das aulas. Minha irmã contou que ela nem quer que vá buscá-la com seu carro, uma Brasília velha, mas linda, parecendo até de colecionador. Minha sobrinha completou dizendo que nem com o carro dela que é novo ela quer ser levada ou buscada. Num dia de chuva ou atraso, elas precisam pererecar para pegar ou deixar a menina, sem que nenhum colega veja. Mas que diacho! Porque tudo isso? Aí veio a explicação da minha irmã. As crianças daquele período com dez a doze anos, já são muito grandes para serem acompanhadas pelos pais ou algum adulto e não querem saber de PAGAR MICO. Beijos então, nem pensar. Depois de mais conversa, entramos num consenso. É melhor aceitar as novas normas impostas pelas crianças, não por achar que estão corretas, mas pelo simples fato de assim, não expormos nossas crianças ao CONSTRANGIMENTO de serem chamadas de NENEZINHO, BEBESÃO, JARDIM DE INFÂNCIA, e quetais. Ô criançada danada!

11 comentários:

Nane Cabral disse...

Olá Welze! quarta-feira cheguei em casa á noite cansada e fui checar minhas correspondências, e adivinha o que recebi? um cartão hiper fofo seu. Não poderia ter surpresa maior e melhor. É muito bom receber carinho, saber que somos lembradas. Amei! Muito obrigada! Veio em ótima hora, estava precisando de um mimo mesmo, rs... bOm final de semana! bjos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com

Blog da Chris disse...

Que absurdo!!!! Agora que somos adultos parece absurdo. Na idade delas sofrem com estas coisas mesmo. Eu sempre fui gordinha quando era criança e o apelido era gorda... não lembro de ter me incomodado, porque era mesmo... rsrsrsrsrs não lembro de ter ficado traumatizada tb. Enfim essas crianças são crueis mesmo...

Bjs

Karine disse...

Oi Welze..
Criança sabe ser cruel e mais ela sabe que está sendo cruel..
Eu não tenho boas lembranças do meu ensino fundamental.. logo quando troquei de escola (na 6{série) eu sofria muito com as piadinhas dos colegas.. maldades que faziam eu não qerer ir pra aula, que me deixaram marcas e quando eu penso em ter filhos eu tenho muito medo que ele passe o que passei..
Deixa eu explicar (rapidinho, prometo!)
Eu nasci com lábio leporino e palato fendido, então vc imagina que eu era uma criança "diferente" das outras
Mesmo tendo feito minha 1ª cirurgia ainda bebê eu tinha cicatriz e meu nariz e dentes eram tortos...
enfim.. meus colegas me incomodavam muito e depois de muitos anos meu marido (então noivo) trabalhou com um ex-colega meu. Sabe como eu fiquei sabendo?
Meu marido chegou e falou que tinha um colega dele que me conhecia, mas que ele tinha dito eu odiava ele.. Matei a charada na hora, claro que eu sabia quem era antes mesmo do Daniel me falar o nome..
Agora me diz.. as crianças não sabem que estão sendo cruéis? Elas sabem muito bem..

Chega, né.. acabei escrevendo demais..
Espero que sua sobrinha fique bem...

bjos querida e bom final de semana

Gina disse...

Isso sempre existiu e pode causar sérios danos, dependendo do grau da discriminação.
Quando meu filho tinha uns 10 anos deixei de dar a mão a ele na rua, para que não se sentisse muito criança. Mas acontecia o contrário, ele procurava minha mão... Acho que soube ser criança, não pulou etapas e não sofreu discriminação por isso.
Acho que nossa geração levava essas coisas de forma mais natural, você não acha?
Bom final de semana!

Aline Vachelli disse...

É tão triste isso né? Acredito que todo tipo de humilhação, provocação ou gesto que ridicularize o outro de certa forma seja bulling.
Acho que desde pequeno o ser humano procura "crescer" ou se parecer melhor em cima dos outros. E ridicularizar o coleguinha faz com que esse aluno provoque risada nos outros, tudo isso para ser mais popular, para ser o engraçado, o melhor... Acho sim que exista maldade nos pequenos, e eles são o reflexo dos pais, ou da educação que receberam, ou da que não receberam... enfim...

Beijoss

Maria Célia disse...

Olá Welze
Esta é a mais cruel das verdades. Criança sabe ser cruel, ridicularizar os colegas, fazer pouco caso, é triste mais é real.
O jeito mesmo é tentar conviver da melhor maneira possível com este fato.
Bjos e boa noite.

Marly disse...

Há crianças até diabólicas, sem, dúvida! Mas este constrangimento que os pré-adolescente têm com relação à proteção de adultos e outros que tais é muito natural e acaba passando bem rápido.

Um beijo e bom fim de semana.

Renata disse...

Passei por isso com os daqui de casa, e ainda passo, pois mesmo sendo já adultos de barba na cara, eu ainda gosto de beijar, de abraçar quando saem do carro,quando se despedem: "Aé mãe, falô, té mais", eu digo, vem cá menino, dá um beijo aqui na mãe, e eles preferem a "morte" a ter que pagar esse mico...mas é assim com todo mundo, "faz parte"...rsss...já fiquei triste com isso, mas agora entendo bem, afinal,entre os jovens e adolescentes não se pode ser diferente...isso passa, pelo menos eu espero que sim...rsss...

Abraço amiga,
Passa lá no EternosPrazeres,que tem sorteio viu?

Nilce disse...

Oi querida
Estava aqui comentando com meu marido sobre nossas infâncias e adolescências.
Levávamos um monte de apelidos e punhamos também, mas não ficamos traumatizados com isso. Sempre foi tão normal. Nem meus filhos tiveram esse tipo de problema.
Mas hoje em dia a coisa virou violência, tomou outro rumo. Uma coisa absurda mesmo.
Sabe que os meus adoram serem abraçados e beijados. Talvez por nos termos distanciado muito cedo por conta do trabalho do meu marido.
Adorei seu post.

Bjs no coração!

Nilce

® disse...

Wel...
Infelizmente isso acontece...mas creio q vem daqueles q não tem esse carinho em casa e daí massacram os mais amados...
Leva minha filha de 11 e dou beijo e espero entrar na escola... e converso muito (muito mesmo) q a infância vai passar e não tem mais volta...
Mas cada criança reage de uma forma, não é mesmo?!
Um bejim grande e agradeço por compartilhar é sempre bom refletirmos...

www.comtextosdavida.com disse...

Welze, talvez meus comentários sejam tardios depois de tantos que li e de ter passado por aqui só agora. Mas quero que saiba que presencio isso diariamente.Por mais que tente reprimir não há jeito. Quando eles pegam uma vítima, coitada... Agora existe a tal da inclusão que não passa de exclusão evidenciada. Você nem de longe pode imaginar o que nós professores vivenciamos com isso diariamente. Esse assunto vale um post, como o seu.
bjs Lais