CADÊ A PANELINHA?

Numa das muitas viagens à São Paulo para compras de Natal, quando minhas crianças eram pequenas, mas não tanto, meu sobrinho Muga ficou encarregado de dar uma olhada nelas durante o tempo que estivéssemos fora. Tudo bem. Sabia eu que a farra seria boa. Jogariam videogame na TV da sala praticamente o dia todo e entre uma partida e outra, artes, muitas artes.
Quando cheguei de viagem, tudo normal. Nada de novidade. Dias depois procurei por uma panelinha pequena que usava para pouca coisa como, cozinhar ovos, esquentar uma porção pequena de feijão ou molho. Mas cadê que eu achei a tal panelinha. Procura e procura e nada. Perguntei para as crianças se sabiam do paradeiro dela, mas nada. Caramba. Será que entrou ladrão aqui e se apaixonou pela panelinha e a levou? Dias passados, fui fazer uma arrumação no fundo do quintal, nas garrafas vazias, dar uma organizada por lá e não há de ver que achei a talsinha. Ela estava lá no fundo do quintal debaixo de algumas garrafas com uma colher dentro. Ara, ara ara, quem colocou a panelinha lá? Depois de muita conversa soube do ocorrido. Os três, Muga, Bruno e Tati, pegaram a panelinha para fazer brigadeiro. Colocaram os ingredientes mas como ela era realmente muito pequena, se misturassem, o doce cairia da panela, então acharam por bem deixar no fogo até que sentiram o cheiro de queimado. Não puderam salvar nada. A coisa realmente ficou preta. Acharam melhor, de comum acordo, abandonar, esconder mesmo a panela lá no fundão. Nem conseguiram tirar a colher que ficou grudada dentro da panela. Toda vez que faço o doce brigadeiro, me lembro da panelinha. Nem sei onde anda. Só sei que me deu um baita trabalhão tirar aquela crosta que se formou nela.