31 março 2011

É CERTO? É ERRADO? O QUE FAZER?

Tem um homem, que nas redondezas da minha casa, é conhecido como FUI. Ele habita as esquinas, as marquises, os bancos dos jardins do pedaço. Dorme na rua, vive nela. São duas pessoas em um corpo. Sem bebida, pela manhã, é um homem as vezes vistoso, alto, magro, mas não esquelético, as vezes barbudo e cabeludo, em outras careca e de boa fisionomia. Mas invariavelmente mau cheiroso e sujo. As vezes carrega uma porção de sacolas, cobertores, outras vezes está abanando as mãos. Isso pela manhã, quando a MARVADA ainda não fez parte do seu dia. Sem erro, até a noite, antes de amoitar em um canto qualquer, não sei com que recurso, acho que só pode ser ganho, ele entorna umas tantas doses e aí se transforma em arruaceiro, anarquista no mal sentido da palavra, gritador, agitador, inconveniente ao extremo. Já teve companheira de sarjeta, cachorro seguidor, mas há um bom tempo, está só. As vezes me pergunto porque será que ele, com a saúde que tem, não se anima a sair dessa vida, mas logo eu mesma me respondo. Não passa um dia sequer sem o café da manhã, almoço, café da tarde e jantar, refeições essas conseguidas junto à minha vizinhança. Não sei se fazem o certo lhe favorecendo dessa maneira. Penso sempre que tem muito trabalhador, honesto, gente boa, contribuinte, cumpridor de seus deveres, que não tem essa vida de refeições tão regradinhas como ele. Não sei realmente se é certo ou errado ajudá-lo. Não forneço marmitas para ele, não curto papo com ele, como fazem muitos aqui. Não sei se eu estou agindo erradamente. Mas não me conformo em darem tanto respaldo para seu estilo de vida. Olha ele aí. Falando nele, está passando nesse momento em frente de casa rumo ao container de lixo, onde fica horas lendo as propagandas de lojas e supermercados que encontra por lá. Alí ele ficará até a hora do almoço, quando se dirigirá para a casa que lhe dará a refeição. Tem até escala, cada dia, cada refeição, uma casa. É BRINCADEIRA??????????
imagem google

27 comentários:

Nane Cabral disse...

É Welze, realmente é uma situação difícil. Muitas vezes ficamos penalizados por ver a miséria batendo em nossa porta e tentamos ajudar da melhor forma. Outras, nos achamos culpados pelo comodismo de certas pessoas em conseguir tudo de mão beijada e não correr atrás de nada. Penso o seguinte: cada um tem que fazer o que o coração mandar. Não sou ninguém para julgar quem dá ou quem não dá comida ou ajuda. Eu mesmo, muitas vezes dou, outras não, e o meu único critério é tocar meu coração, pq ás vezes sinto que a pessoa realmente precisa. Outras, sinto que é pura esperteza, se é que me entende... Faça o que seu coração mandar sempre! Beijocas, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com

Clau disse...

Bom Dia Welze!
Vc tá lembrada de uma campanha ampla que teve em Sorocaba há algum tempo atrás,cujo slogan era:
"Não dê esmola.Esmola não dá futuro".
Eu concordo em gênero,número e grau,com esse pensamento.
Acho que sendo favorecida diariamente,pessoas como estas,se acomodam mais e mais...
E a acomodação é a pior armadilha para alguém progredir na vida.
Bjs!

Néia Lambert disse...

Sinceramente vou te falar Welze, tem muita gente folgada no mundo. Vivo falando, aqui em casa levantamos cedo, meu marido começa às sete da manhã no trabalho, pagamos duramente os impostos, cumprimos os compromissos financeiros com suor. Quando vejo esses mendigos que acham mais fácil pedir que trabalhar me revolto. Ajudo muita gente sim, mas que realmente não podem trabalhar por motivo de doença ou coisa assim, mas vagabundo nem adianta pedir comida aqui que não ganha não.Solidariedade sempre, mas a quem merece!

Beijos

Tati Cavazim disse...

É revoltante é sociedade fazer tantas mil exigências, mas não fazer sua parte.
Contribuir com a vida dos miseráveis, é contribuir para que não o deixem de sê-lo.
Absurdo total.

Glorinha L de Lion disse...

Complicado esse assunto...não se pode ser simplista. Acho que a nane tem um pouco de razão, a Cucla tb...fico meio dividida. Acho que não se deve dar, mas ao mesmo tempo tenho pena, pois ele é doente, viciado em cachaça...se pegam e colocam num abrigo, ele volta pras ruas...fazer o que? deixar que morra? Confesso que esse tipo de coisa me incomoda, mas não sei a solução....beijos,

Gina disse...

Já doei várias vezes, mas também deixei de fazê-lo outras tantas. Tal como a Nane, sigo por vezes o coração, mas às vezes a razão.
Também fico dividida, sempre foi assim.
Bjs.

Beth/Lilás disse...

Ai, Welze, este é um problema social que parece até que a gente já se acostumou, mas nada! Eu morro de dó, já ajudei um senhor assim lá na serra, mas ele não bebia sempre, era apenas um mendigo, alguém que se esqueceu nas ruas de uma pequena cidade, aquilo me deixava muito penalizada, mas não podia nem sabia fazer mais do que dar às vezes algo para ele se alimentar.
Não sou partidária de alimentar, dar dinheiro a pessoas de rua, senão aumenta o número de pessoas que não lutam para conseguir suas coisas. Lembro-me sempre do que os japoneses usam como lema: Um japonês cai sete vezes, mas levanta-se oito.
Realmente é uma situação delicada e que incomoda a todos nós.

Olha, passe lá no meu pedaço e vai brincar um pouquinho.
bjs cariocas

disse...

Oi Welze,

Fico dividida nesse assunto. Já ajudei e fui enganada. Existe sim os acomodados e os necessitados. Agora, meu filho, sempre fala: Levantar de madrugada e "dar duro para ganhar a vida", será que eles querem?
Adorei a receita da batidinha ( que adoro) e junto com pimentinha de ver ficar um show.
Se não for dirigir, pode abusar um tiquinho, só um tiquinho rsrs..
Bjs e fiquem com Deus

Socorro Melo disse...

Oi, Welze!

É difícil dizer se é certo ou errado, cadaum age de acordo com o seu entendimento. Eu particularmente, penso como você, e acho que isso é oportunismo mesmo.

Beijos
Socorro Melo

Valéria disse...

Oi Welze!
Pense um assunto delicado!
Eu particularmente tenho muita dó, muita, mas tem casos e casos. E dizem, ah falta oportunidades para todos, isso é, mas oferece a algum deles uma recompensa seja lá qual for para eles fazerrem qualquer tarefa pra nós, eles não querem, preferm o mais fácil. Aqui no nordeste de muita pobreza é assim, oferece trabalho... Conheço muuuuitos casos assim aqui!

Unknown disse...

Welze,
Acho que devemos sempre buscar alternativas...Saídas tem...e aos montes...
A pessoa está há tantos anos nessa vida que acaba se acostumando a viver pior que bicho...Por isso sou a favor de ajudar sim, mas também buscar soluções...beijkas

Andréa Santana disse...

Acho que devemos sempre fazer a nossa parte.
Mas essas pessoas que vivem nas ruas sofrem muito , mas como diz o ditado os justos pagam pelos pecadores, eu tenho medo de tantas histórias que contam por aí, eu moro em apartamento, se eu morasse em uma casa eu não abriria a minha porta , sei lá quem é esse homem, de onde vem o que ele pensa.

Beijinhos,
Andréa...

Rafael Sisson disse...

Olá Welze,
O assunto é muito delicado mesmo. Mas acho que estar nesta situação é sim uma questão de opção. A pessoa opta por abdicar de alguns valores e aceita (mais uma vez opta) viver como o FUI. A vida não é fácil para ninguém. É preciso força de vontade para seguir em frente apesar de tudo que nos acontece, dia após dia. Sei que é céticismo, mas não tenho pena. É minha opção.

Parabéns pelo blog!

Gostaria de saber o teu e-mail para te mandar o link do site do Quatro Minutos, um pó para o preparo rápido de geleias e confitures (com pedaços da fruta.)

Beijão!

Rafael.

Anônimo disse...

Oi,Welze!

Eu penso assim,enquanto essas pessoas tiverem o mínimo q precisam(comida e "marvada")sem qualquer esforço,não vão mudar de vida,nunca...

Boa tarde pra vc.
Ester

ADri@n@ disse...

oi lindona...
estou de volta...
rsrsrsrs
...
e' engracado essa historia do FUI...
aqui tambem tem varios homeless...
ninguem merece, ne???

bjao

CUATRO ESPECIAS Por ELENA ZULUETA DE MADARIAGA disse...

que difícil decisión, a veces si les ayudas malo y si no lo haces, también.
La verdad es que no lo se

besos

Josy disse...

Oi Welze, eu penso de uma forma:
Enqto as pessoas estão dando um pratinho de comida todos os dias, acho que deveriam ver de fazer algo pra curá-lo primeiro, dar um emprego, coisas dessa natureza, por que enqto encherem a barriguinha dele, e passar a mão na cabeça, ele nunca vai sair disso, torna-se comodo pra ele tudo que fazem. Sou a favor de dar um prato de comida qdo se ve alguem passando fome, mas daí a alimenta-lo e ele não sair dessa, por comodismo é outra coisa. Conhece gato quando vem pedir comida? A mesma coisa, acostuma-se, acomoda-se e nada faz pra mudar isso. Não depende só de nós, depende principalmente dele.E se depender dele..... bjocas

Ana Falletti disse...

Oi Welze, obrigada pelas palavras. Com certeza temos uma criação muito parecida. Mamãe é muito espírita e pelo lado do papai católicos, por isso a mamãe tb fez questão de me batizar e tudo o mais. Você tem a prece de Bezerra de Menezes? se não tiver me avise, ou com certeza, vc acha no Google...srsrs lá tem tudo. É muito linda e socorrista.
Agora a respeito do nosso amigo ai em cima.... bem, é duro né?? enquanto o Brasileiro achar que assistencialismo é caridade, muita gente não sairá da rua. Uma pena!! bjs

Blog da Chris disse...

Bem, eu Graças a Deus nunca passei necessidade na vida. Também sempre trabalhei e estudei muito. Então não tenho como mensurar como se sente uma pessoa destas. Mas eu acho que a solução justa seria os doadores reunirem-se e oferecerem a ele um trabalho, cortar grama, etc e oferecer um pagamento. No meu condomínio estávamos tendo dificuldades com o lixo, uma vez que todos saíamos cedo de casa e a lixeira externa ficava aberta e invariavelmente o lixo era espalhado por catadores de papel. Um dos vizinhos é PM e um dia chegando do serviço fardado já de saco cheio daquela sujeira viu uma senhora remexendo o lixo. Perguntou o que ela estava fazendo alí, ela já ficou apavorada, disse que estava só vendo, mas que fechava os sacos. Ele então se acalmou e disse: a senhora gostaria de ganhar R$15,00 todo sábado para agrupar nosso lixo em sacos grandes e limpar a lixeira? Ela disse que sim, mas ele duvidava que ela viesse. Todo sábado ela vai lá. No mês já dá R$60,00. Prá quem mexia no lixo é uma boa não é?

Bjs

ELIANA-Coisas Boas da Vida disse...

A GENTE TRABALHA O DIA INTEIRO E CHEGA EM CASA E TEM QUE FAZER JANTA PARA SERVIR UM VAGABUNDO DESSES,QUE DEPOIS DEITA E DORME O SONO DOS JUSTOS ,E VC VAI SE LASCAR LAVANDO A LOUÇA E O RESTO TBM!
AINDA É CAPAZ DE RECLAMAR QUE A COMIDA Ñ ESTAVA BOA!
KKKKKKKKKKKKKKKK

TUDO BELEZA POR AÍ!!!!
BEIJO

Rachel disse...

É revoltante mesmo, também penso que enquanto ele tiver o pratinho de comida e alguns trocados, por que é que vai procurar melhorar de vida, né?!
Eu ajudo sim, muitas pessoas atráves de uma que tem seu trabalho, mas esse não lhe dá o suficiente, então... seleciono meu lixo para ela reciclar, toda descarte em casa vai para ela que sempre tem um fim melhor e no fim de ano ela pode sempre contar com minha cesta.
Faço isso, por ela ser uma pessoa batalhadora, digna e solícita, pois sempre que preciso de algum favor, está lá, pronta a me ajudar, a mim e toda minha família!


Amiga, fiquei vários dias ausente por conta de uma tal telefônica/speed... você pode imaginar o motivo, né? Pois só hoje li seus posts anteriores e preocupei-me com você, espero que esteja tudo caminhando para o melhor.
Confie em Deus e tenha Força, Sempre!!!
Estou aqui se precisar de mais um ombro amigo!

Bjuss!!!

Marly disse...

Este é o tipo de situação que nos mostra, didaticamente, as diversas formas que os seres humanos têm de encarar a vida e seus desafios. Não me acho apta a julgar ninguém, muito menos alguém de quem não conheço a estória de vida. Mas sei que a vida é uma batalha, e que aqueles que fraquejam, frente às lutas, geralmente se tornam um fardo para os outros. Outro dia eu passei por um bêbado, ainda jovem, que dormia próximo a um restaurante onde comi, com o meu marido. O que me ocorreu na hora foi pensar que aquela criatura ignora totalmente a grande força e poder espiritual de que foi dotado, preferindo, no momento, ser um estorvo para si e para os outros, ainda que talvez involuntariamente, já que ele pode ter 'caído' no vício. São facetas da vida, uma pena.

Um beijo e bom fim de semana.

Maria Célia disse...

Ei Welze
Situação difícil. Se olharmos pelo lado cristão é óbvio que ajudaremos sem questionamentos.
Por outro lado, tem muita malandragem por trás de pessoas como este exmeplo que você citou.
Fica muito difícil fazer caridade hoje em dia.
Contudo, não consigo negar nada de comer a quem me pede.
Bjo

Fernanda Soriano disse...

Eu acho que não estás errada em não fornecer comida, porque quanto mais ajudam, mais acomodados ficam... BJOS

Karin disse...

Questão difícil, hein? Mas esse caso específico, acho que quem ajuda uma pessoal assim concorda com seu estilo de vida. Sou muito mais da história de ensinar a pescar do que dar o peixe. Esse homem vive assim pq não tem perspectiva, claro, mas se sempre tem alguém que apoia seu comportamento, como mudar? Ô coisa difícil, puxa!

Bel Alves disse...

Sentimos pena,ele já deve saber disso e sempre volta.Mas como tem bebida envolvido é mais complicado,não tem família para dar apoio...Difícil situação!!Beijo

JOANA CAMPOS disse...

Hum coisa dificil de te responder amiga....Pelo lado social é uma coisa, mas por outro lado (espiritual) que não vamos discutir agora, é bem complicado e ai eu diria pra vc ajudar....

Beijos amiga, passando pra saber como vc está!