22 março 2011

MINHA VIDA EM SALVADOR-BA

Quando tinha quinze anos, fomos morar em Salvador. Linda cidade. Adoro aquilo tudo lá. Mas na época que nos tornamos moradores da terrinha, não vi com bons olhos essa mudança. Numa idade em que estava começando a me interessar por rapazes, já de olho em alguns, escola bombando, idas ao clube, mudança de infância para juventude. Tudo contribuía para que essa mudança de lugar, de estado, para tão longe, se tornasse desastrosa. Quase morri de banzo. Verdade mesmo. Minha mãe até me levou ao médico para saber o que estava acontecendo comigo, que de alegre, barulhenta, comunicativa, infernal, no bom sentido, pois agitava todo mundo, tinha me tornado uma jovem taciturna. Foi quando o doutor disse:
-Ela está com BANZO. Minha mãe até deu risada. : -Mas como? Nos dias de hoje? E ele confirmou dizendo que se eu era realmente tudo aquilo de animação que minha mãe descrevera, logo logo eu me animaria e voltaria a ser como dantes. E foi isso mesmo que aconteceu. Não demorou muito, passei a achar o verdadeiro encanto na nova terra, passeios não faltavam, praia, amigos novos, escola da melhor qualidade, e muitas cartas que cruzavam os caminhos de Salvador/Sorocaba e Sorocaba/Salvador. Foi nessa época que peguei gosto pela escrita. Escrevia tantas cartas para amigos e parentes que aqui ficaram, que se tornou um refúgio, uma saída para minhas horas, que as vezes pareciam se multiplicar num único dia. Mas como tudo tem um lado bom, logo encontrei esse lado ali. Mas uma coisa me prometi. Se não fosse imperioso, vital, fundamental, não colocaria meus filhos, se um dia os tivesse, na mesma situação que fora colocada, de deixar amigos, namoricos, escola, lugares, nessa idade que é tão, por si só, difícil, estranha para qualquer adolescente. É muita informação na mudança de vida pessoal, para também assimilar mudanças externas, como casa, cidade e tudo mais. De uma coisa eu tenho certeza e isso me enche de alegria. O bonitão que até então era meu melhor amigo, quando da minha volta, se tornou o que ainda hoje é. Meu grande amor. O homem da minha vida. Na virada da maré, foi muito bom ter passado por aquelas mudanças todas. Ô se foi.

15 comentários:

Unknown disse...

Bom dia Welze

Eu, ao contrário, sempre tive vontade de ir morar em outro lugar, o que nunca aconteceu.

Bjoooooooooooo.............

http://amigadamoda.blogspot.com

Unknown disse...

Ai... o amor é lindo não Welze??!!
Mas vc sabe que apesar de tudo, o ser humano é capaz de se adaptar a qualquer lugar né?E a qualquer situação...felizmente.E mudanças fazem parte da nossa vida diária, estamos sp aprendendo com isso.De repente vc precisou irrrr e qdo voltou percebeu q era realmente amooooooooor q sentia pelo bonitão!hahahahabeijkas

Andréa Santana disse...

É amiga, a vida dar muitas voltas, eu também já mudei para várias cidades, minha família mora em Ribeirão Preto onde eu estou em BH, e todos nós somos de minas do interior, êta mundão que dar voltas, rsrs.
bjs,
Andréa..

Néia Lambert disse...

Welze querida, mudanças são sempre traumáticas, imagine eu, sou casada há quase 26 anos e nesse tempo, morei em cinco cidades, tudo por conta do trabalho do marido. Quando a gente começa a gostar do lugar e amadurecer as amizades, pronto! lá vem uma transferência e vamos começar tudo de novo. Confesso que hoje, lido melhor com essa situação, mas já sofri muito.
No seu caso valeu a pena voltar, afinal encontrou o seu príncipe encantado.

Beijos

Aqui na Cozinha - Patty Martins disse...

hahahaha BANZO?
Banzo em Salvador Welze? Adoro tudo naquela cidade. Eu acho é q vc já estava de olho no bonitão, hein? kkkk
Beijos querida
Patty

Nice e Ana, temperado com carinho... disse...

Que lindo Welze querida seu amor ficou guardadinho p/ vc, adorei o post!!!, bj♥kas, Ana , ;)...

Josy disse...

Oi Welze, pois é menina, eu vim embora prá Campinas, minha filha e o marido quiseram ficar em São Paulo. Nasceram lá, cresceram, criaram raízes. Não pude fazer nada, tinha que vir e eles ficaram. Mas estão muito felizes. Eu que fico triste as vezes por conta das saudades, mesmo se falando todos os dias. Mas, fazer o que né? Assim quiseram. Estando felizes é o que me importa. Mas falando em vc, pode acreditar que seu bonitão, já estava reservado pra vc....hehehe...bjos um bom dia

Anne Lieri disse...

Welze,que engraçado o médico usar uma palavra tão antiga...Banzo...muito interessante!Tb me senti assim quando na adolescencia tive que mudar de Sampa para uma cidade do interior chamada Pedregulho.Dizia que não queria morar na terra dos Flinstones!...rsss...mas acabei fazendo ótimas amizades tb!Fico feliz que prá vc tudo deu certo!Tudo vale como experiencia!Bjs,

milu disse...

Welse, como tuas palavras me fazem bem..como te admiro..Bjs.

Dri Dauzacker disse...

Welze, que delícia de estória, adorei!!! Principalmente pq o "final" é feliz e vc ficou com seu gde amor... Bjim

Maria Célia disse...

Oi Welze
Nunca mudei de cidade, quando adolescente tinha horror só de pensar em sair de Pedro Leopoldo, pra mim aqui era o melhor lugar do mundo.
Ainda não me vi nesta situação tendo que ir morar em outra cidade, mais que caso acontecesse, eu ficaria com muito pesar de ficar longe da minha mãe.
Sua história é ótima. Você escreve muito bem.
Bjo

Nidi disse...

Nada é por acaso, às vezes a distância nos faz descobrir sentimentos que trazemos guardados dentro de nós sem saber.
Eu descobri que estava apaixonada pelo meu marido depois de passar meses sem falar com ele, éramos amigos, quer dizer, da minha parte era amizade, da dele, não, mas é uma longa história, quem sabe um dia eu conto!
E vivi uma situação semelhante à sua quando passei do 1º para o 2º grau e meus pais me mudaram de escola. Meus colegas estudavam comigo desde a 1ª série. Eu não gostei, fiquei triste, chorei, odiei o primeiro dia de aula, achei a escola feia.. rsrs.. mas mantenho amizades do 2º grau até hoje, pessoas maravilhosas que eu não teria conhecido se não fosse essa pequena mudança na minha vida!
Bjsss querida*

Anônimo disse...

Amo ler seus relatos! Mesmo às vezes sem tempo, não consigo sai do seu blog sem terminar de ler. Visualizo tudinho! Você sabe prender e conduzir o leitor, tem o dom! Outra coisa que me deixa feliz é que estamos sempre sintonizadas! Eu passando e pensando em mudanças, você também falando sobre elas...

Um beijo!

Nilce disse...

Oi Welze

Mudanças, principalmente na adolescência marcam muito mesmo.
Os meus passaram por tantas os coitados. Claro que todas por necessidade. Tanto que agora, o meu mais novo não quer mais mudar com a gente de maneira alguma.
Por isso tenho despesa dobrada e duas casas. hehe

Bjs no coração!

Nilce

Glorinha L de Lion disse...

Queridona, adorei esse seu post. Sabe, nunca me incomodei de mudar. Mudei inúmeras vezes na minha vida...claro que a princípio estranhamos um pouco, sentimos saudades do que ficou para trás, mas sempre lidei com isso numa boa. Hj não. Hj sou diferente. Só sairia da minha casa pra o lugar onde sempre sonhei morar. Mas digo sempre aqui em casa, que como isso é praticamente impossível, quero ser enterrada no meu jardim...agora só saio daqui pra funerária...rsrs cruisncredo....hehehe beijos,