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18 fevereiro 2010
NOSSA MÍDIA. AI NOSSA MÍDIA!
Sou muito ligada à propaganda, reclames, como se dizia antigamente. Não só por ter uma filha publicitária e muito crítica também, mas por gostar de uma boa venda de um produto. Quando a propaganda é boa, nem reclamo da interrupção de um programa ao qual estou assistindo. Tem comercial que até dá gosto ver. Mas acho que nossa mídia, mais precisamente, reportagens feitas ao vivo, quando de um acontecimento que se faça necessário, é de arrepiar. É claro que temos excelentes profissionais, que seguram uma notícia por horas, narrando, trazendo as atualizações do dito acontecimento, na maior competência. Mas, o que dizer daqueles, a maioria hoje em dia, que sem preparo nenhum, ou pouco dele, enfrentado uma câmera, segurando um microfone, sem ensaio ou parada para pensar no que será dito, entra ao vivo, na sua casa, para narrar uma tragédia, uma catástrofe, um acidente, sem os por menores, antes checados, e dizendo que possivelmente, são tantas vítimas fatais, ou que tantos carros se envolveram no tal acidente, ou ainda, que muitas pessoas estavam dentro de tal galpão quando o fogo começou, ou que o barco afundou por estar com um número de pessoas muito superior ao permitido. Essas notícias, esses dados são jogados na nossa cara, sem o menor respeito, por quem está assistindo. Já pensou se você tem um parente, que transita por determinado caminho e você vê na televisão a imagem do tal caminho, tal estrada e o repórter aparece dizendo que não houve sobreviventes no tal acidente? Você morre antes de poder constatar que alguns minutos depois, o mesmo repórter aparece dizendo que "Atualizando as informações, damos conta que não houve vitimas nesse acidente". A guerra por audiência é tamanha, que neguinho quer ser sempre o primeiro a dar tal notícia, mesmo sem averiguar a veracidade e proporção dos fatos. Alguns anos atrás, quando houve um acidente com um grupo musical, onde infelizmente todos perderam a vida, me lembro que um repórter, o primeiro que conseguiu chegar à casa dos pais de dois integrantes dessa banda, ao ser atendido pelo pai das duas das vítimas, perguntou à ele, se estava tudo bem. Como estaria tudo bem para as pessoas daquela casa, se acabavam de perder dois filhos? PELAMORDIDEUS. Hoje não foi muito diferente. Estava em meu quarto, separando roupas das minhas gavetas e guarda roupas para doação, pois aqui em Sorocaba, muita gente está precisando, quando na televisão, dando uma notícia sobre o desaparecimento de um rapaz nas fortes chuvas que caíram ontem em São Paulo, uma repórter, na casa da mãe do rapaz, lhe pergunta se ela ainda tem esperança que o rapaz seja encontrado com vida. Ara, faça-me um favor. Não tinha outra pergunta para fazer, não fosse amolar a pobre mãe, já no limite do seu sofrimento. Pois a senhora, deu um show e respondeu a pergunta com muita emoção, é claro, dizendo que ela estava pedindo muito ao Pai, que seu filho fosse encontrado e que nunca perderia a esperança. Penso que o número de jornalistas soltos às ruas, para mandarem ao ar, ao vivo, as notícias, aumentou muito, mas no mesmo número, diminuiu a coerência, o profissionalismo, o respeito ao ser humano. Mais uma vez, tenho certeza que para a mídia, A MÁ NOTÍCIA É A BOA NOTÍCIA.
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4 comentários:
É, Welze, o importante é manter as pessoas ligadas naquele canal. Para isso, eles usam e abusam da falta de tato... nem pensam que alguém pode estar precisando é de um momento de carinho,solidariedade....
Amiga Welze, tens razão. É de se lamentar essa postura inadequada daqueles que detém o poder da comunicação. Respeito que é bom, nem pensar. Ah, coitados de nós que estamos à mercê desse despreparo e desdém. Mas, sim, podemos fazer alguma coisa, desligar a tv, desconectar, não prestigiar, virar a cara. Pelo menos isso. E acho que já é alguma coisa, pode cair o Ibope, quem sabe. Beijo grande.
Excelente sua observação Mama, e o pior é que esses tais se sentem com o ego tão inflado, pelo simples fato de estar do outro lado da telinha, que simplesmente esqueceram a principal razão e motivo pelo qual escolheram essa profissão tão admirável e bonita.
Infelizmente, a cada ano que passa, as faculdades vomitam mais e mais "tais jornalistas" que não passam de rostinhos bonitinhos que simplesmente agem como papagaio de piratas e estão unica e exclusivamente preocupados com o cabelo, a maquiagem e afim.
Os sérios que me perdoem e não se incluam nessa observação, aproveite somente para serem cada dia melhores e melhores.
Pois "Fátimas e Willians", não viverão para sempre, mas serão sempre as melhores referencias do assunto.
Sua indignação é válida!!!
As pessoas estão sem noção mesmo!!!
Beijinhos
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