28 janeiro 2011

MÃE É MÃE

É impressionante como essa expressão, tão comum, tão corriqueira, tão usada e abusada, é verdadeira. É muito profunda. Como a mãe, não existe ninguém.Tão amiga, tão acolhedora, tão presente, tão necessária e tão única. Sinto muita falta da minha. Sempre. Mas tem dia que a coisa aperta de uma forma que é sufocante. Mas essa postagem não é para falar de saudade triste e sim de lembranças boas, maravilhosas. Ontem quando começou a apertar a falta que sinto da mamãe, me lembrei de um ocorrido. Que tenho paúra de tempestade, vendaval, não é segredo pra ninguém. Há alguns anos, num dia de temporal daqueles que derrubam árvores, fazem telhados irem para os ares, estava em casa, desesperada, sozinha. Nessa época, mamãe já estava levando sua vida na cama hospitalar que fora colocada em seu quarto, para tornar seus dias mais confortáveis possível. Já não tinha mais o movimento de um dos braços, mas estava bem. Linda e cheirosa como sempre. Bem, voltando à tempestade, parecia que o céu cairia à qualquer momento. Eu, em casa, parecendo galinha choca, sem parada, sem esquentar lugar. Num ímpeto, resolvi, por mais contraditório que possa parecer, de tanto medo, correr para a casa da minha mãe. Apesar de perto, cheguei lá ensopada, mas cheguei. Cumprimentei a moça que era encarregada de cuidar da minha mãe durante algumas horas do dia e fui ver mamãe. Assim que entrei em seu quarto e ela olhou para mim, levantou sem braço que era bom e me disse para sentar ao seu lado. Sentei-me na cadeira ao lado da cama e quando ia falar alguma coisa, ela se adiantou e passando a mão no meu rosto me disse: -Tenha calma, logo logo tudo passa. Aqui a chuva será fraquinha. Assim aconteceu. Pelo simples de estar próxima à mamãe, tudo ficou claro, silencioso, calmo. Só ouvia a música no seu rádio, baixinho, bonita, sentia seu perfume e seu carinho. Incrível como para mim, adulta, com tantos anos, já mãe de adultos, precisei (e tive) o suporte da minha mãe, num medo. Numa situação de angústia. Só ela para me acalmar naquela hora. Só ela conseguiria naquele momento me valer. E estava presente. Como ainda sinto que está, sempre que preciso e recorro à ela. Mãe é mãe. Ô saudade!

7 comentários:

Lourdes Sabioni disse...

Não há mesmo nenhum ser humano na face da terra que possa substituir nossa mãezinha. Obrigada, Deus, a minha velhinha ainda está aqui comigo!!!
Bjos

Nilce disse...

Welze

Mãe é segurança, carinho, amor.
Nem consigo imaginar perder a minha.
Que Deus a conserve com a saúde que tem.
Já passados mais de ano da morte da minha avó, ainda tenho a impressão de que ela está lá e preciso me conter para não perguntar dela.
Elas nos fazem muita falta.

Bjs no coração!

Nilce

Macá disse...

Welze
Que bonitinho. Sabe que lá em casa era o contrário?
Quando ainda era solteira e morávamos só nós duas, geralmente em noites de chuva com raios e trovão, eu acordava no meio da noite com ela sentadinha aos pés da minha cama, quietinha, mas ali.
Ela morria de medo, coitadinha.
Daí ficávamos lá no quarto até a chuva passar.
Dá uma saudade!!!
beijos

Clau disse...

Nossa!Que linda postagem...
Me fez lembrar de um dos meus poemas preferidos do Drummond...

"Para sempre"
"Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora,luz que não apaga quando sopra o vento e a chuva desaba,veludo escondido na pele enrugada,água pura,ar puro,puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.Mãe,na sua graça,é eternidade.Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia?Fosse eu Rei do Mundo,baixava uma lei: Mãe não morre nunca,mãe ficará sempre junto de seu filho e ele,velho embora, será pequenino feito grão de milho".

Valéria disse...

Oi welze!
Ah como sinto falta da minha também!
Perdi quando tinha 13 anos e como filha única imagina aí. Sempre bate uma nostalgia!

Artes da Cris disse...

É isso mesmo! Sinto muita saudades da minha mãe e de minha avó (que foi como uma mãe também).
Ninguém substitue...
Bjo.
Ana.

Néia Lambert disse...

Welze, somos parecidas nisso, não pelo medo de temporal, mas pela falta que também sinto da minha mãe querida. Colo de mãe é único, insubstituível e como tenho saudade do tempo em que as minhas tristezas eram amenizadas pelo carinho dela.
Vou lhe dizer, quando chovia forte e ventava muito ela não deixava transparecer que estava com medo, dizia que isso ia passar para os filhos. É verdade mesmo, hoje eu faço o mesmo com meu filho, rsrs.
Beijos