08 janeiro 2011

TIA DADI - QUE BORDADEIRA!!!


Tia Brandina, para nós, Tia Dadi. Uma senhora bordadeira. Realmente uma artista de mão cheia nas linhas. Grã fino que se presava daqui da cidade e região, possuía por obrigação o enxoval de cama, mesa e banho, feitos por tia Dadi. Enxovais de bebê, ninguém fazia igual. Não só fazia os pontos que havia desde criança aprendido na Escola Artesanal, mas também os criava. Era um luxo só. Me lembro quando foi criada a linha VARICOR, que numa mesma meada, os fios eram de várias cores. Aí então, ninguém segurava Tia Dadi. Eram trabalhos maravilhosos que saiam daqueles bastidores. Bordava lençóis enormes, brancos, deixando-os personalizados e enfeitados. As fronhas com seus bordados ficavam tão lindas que dava até dó colocar a cabeça em cima delas. Era um pecado cobrir os lençóis com colchas e esconder aquelas maravilhas que saiam das suas mãos. Só uma coisa não dava certo. Era Tia Dadi teimar em nos ensinar bordar. A mim, minha irmã Cassia e ao nosso primo, seu filho Antenor. Nem "chovendo" que aprenderíamos. Cada vez que eu enfiava uma linha na agulha, essa tinha uns dois metros, para render e não precisar me dar ao trabalho de enfiar novamente outra linha tão logo. Vinha tia Dadi, cortava a linha de um tamanho bem pequeno e explicava que assim, os pontos ficariam mais uniformes e bonitos. Ela não dava nó nas pontas das linhas. Eu, nas minhas, dava um montão deles, para me certificar que não escapariam no paninho a ser bordado. Mas ficávamos ali, com agulhas, linhas e paninhos, dando uns pontinhos ali e outro bem lá longe, para fingir que o trabalho havia rendido, mas na verdade o que queríamos mesmo era escutar as histórias que Tia Dadi e Vovó Lili, sempre ali por perto, com seus croches, contavam para nós três. Era risada que não acabava mais. Contavam coisas do sítio onde vovó havia morado e minha mãe e a tia Dadi nasceram. Coisas que por sorte, ainda me lembro. Isso não tem preço. Histórias de vida, união, família. Ô COISA DEMAIS DA CONTA DE BOA!
imagem do google.

15 comentários:

Vicentina disse...

kkkkk sabichona vc em, queria pegar linha grande só pra não ter que enfiar a agulha toda hora? Tadinha da tia Dadi.
Também fui assim quando pequena e tava aprendendo a bordar, na escola, só pegava linha grande de preguiça mas aquilo embaraçava que só vendo, vivia esperdiçando linha porque aí cortava e jogava fora e colocava outra kkkk, coisas de criança.
Bjs amiga e Bom Final de Semana.

Anônimo disse...

Olá amiga,vim lhe desejar um maravilhoso fim de semana!
Com carinho

Bjs

Néia Lambert disse...

Welze sou uma apaixonada por histórias, qualquer dia conta uma daquelas que sua vovó e tia contavam para você.
Beijos

JOANA CAMPOS disse...

Ah eu daria uma boa quantia para aprender bordar com Tida Dida e ouvir suas histórias....hoje! calro, mas comc erteza quando criança seria como vcs....

Beijos

Joana Campos

Beth/Lilás disse...

Poxa, deve ser bom demais aprender a bordar ou costurar com uma tia assim, que contava estórias e tão querida!
beijinhos cariocas

angela disse...

conheço isto muito bem, minha mãe sempre bordou muito e muito bem, bordava enxovais de bebes e blusas brancas paras as primeiras damas e monogramas dos governadores, eu quase não dou conta de pregar um botão, e olha que não foi por falta de insistencia. bons tempos aqueles.
bjs

Lorena Bezerra disse...

Ai que coisa gostosa essa Welze!!
Se eu morasse aí perto juro que ia bater na tua porta para você me contar um pouco dessas histórias da Tia Dadi e Vovó Lili!!!!
=D
Tenha uma ótima semana!!
=**

Marly disse...

Oi, Wel,

Eu também comecei colocando um fiozão de linha na agulha, rsrs. Mas a minha mãe não era fácil e conseguia se fazer obedecer, rsrs.
Você me fez lembrar até da minha mãe me ensinando como prender o pano entre os dedos, rsrs.

Um beijo, bom domingo e boa semana.

ADri@n@ disse...

eu, particularmente, amo bordado.. de vez enquando me atrevo ... mas obviamente nao sei muito... mas mesmo assim me atrevo. rsrsrsr

Rachel disse...

Pois eu, nem com fiozão dava conta de bordar nada.
Agora, depois de mais velha...rs, fiz um curso e até que me sai bem!
Mas confesso que não tenho muita paciência não, ou será "jeito"!
Bjuss!!!

Socorro Melo disse...

Oi, amiga!

Fiquei imaginando a cena, conforme lia o texto, e imagens lindas se formaram na minha mente, de uma família feliz, de pessoas simples, puras e boas, centradas nos seus trabalhos, e os desenvolvendo com primor, e das tentativas de aprendizado dos mais jovens.
Como bem diz você, isso não tem preço. Adoro essas histórias, pelo que elas resgatam, de saudades, de tempos mais amenos, de amor, de dedicação.
Obrigada por compartilhar conosco essa história de família, e parabéns a tia Dadi, pelo talento.

Beijos
Socorro Melo

"Manjares da Manu" disse...

Eu amo bordados, mas fazer não é a minha praia!!!Na minha família, quase todas sabem fazer, eu não!!!Gosto mais de culinária!!!!

Obrigado pela visita!!!

BJs...

Bombom disse...

Não sei se gostei mais das histórias da Tia Dadi, se da imagem que foste buscar, para as ilustrar. A Tia Dadi e a tua Vovó, talvez fossem um pouco mais novas do que a minha Avó. Ela era natural da Ilha da Madeira, terra de grandes bordadoras, que a tua imagem ilustra. Sim, são elas com as suas saias de feltro colorido, as blusas bordadas e os chapelinhos na cabeça. Ganhavam tão pouco, porque eram exploradas pelos grandes negociantes. Muitas tiveram de emigrar e a minha foi com os pais para Angola no início do século XX. Fizeste-me lembrar do dedal de prata que ela me ofereceu quando eu fui para o Liceu...Ela costurava muito bem.
Saudades! Bjs. Bombom

Leci Irene disse...

Puxa, tesouros como a Tia Dadi estão em falta por aqui!!!! Nestas alturas bem que eu queria uma Tia Dadi para me ensinar e ou só para me deixar de boca aberta com seus bordados!!!!!!!!!!!!

Blog da Chris disse...

Aprender, eu até aprendi (mais ou menos)... Mas não tenho o dom. Já fiz uma blusa de tricô, ficou desengonçada.... rsrssr bordei ponto cruz, mas cansei fácil... Crochê,não teve jeito...
Adoro suas histórias, como vc escreve bem... Parabéns!!!