A SAGA DO BOLINHO DE ARROZ

Se perguntarem para você se sabe fazer bolinho de arroz, o que você responde? Eu responderia que depende. Depende do dia, do arroz usado para a receita, do ovo da galinha, da farinha, do meu estado de espírito, da minha vontade e de mais um sem número de dependências. Sabem por que? Nunca sai a mesma coisa. Posso usar os mesmo ingredientes, as mesmas medidas, a mesma frigideira para fritar, tudo igualzinho, mas o resultado sempre será uma surpresa. É impressionante o que acontece comigo e o tal bolinho de arroz. Não sei se toda cozinheira tem um prato, uma preparação que lhe desafia, mas comigo, esse tal bolinho, é um desafiante eterno. Desde sempre. As vezes os faço sem muitas medidas ou cerimonias, já não contando muito com o resultado e o que acontece? Ficam uma maravilha. Dignos de aparecerem em livros e revistas culinárias. Aqueles que eu gostaria de servir para todos, me enchendo de orgulho e dizendo : FORAM FEITOS POR MIM. Mas outras vezes, SAIDEBAIXO. Encharcam, desfazem na frigideira, espirram para todo lado. Um caos. Mamãe os fazia de qualquer jeito, com ovos, com um só ovo, sem nenhum, com cheiro verde, sem ele, com queijo ralado e com falta dele. Um sucesso, sempre maravilhosos. Para comer na hora, e no café da manhã do dia seguinte, quando sobravam. Eu nem me arrisco a fazê-los quando tem gente em casa. Já fiz uma vez que fizeram tão ruins que nem minha cachorra comeu. Duro, encharcado. É claro que aqui, nem comentarei sobre dar ou não para seu cachorro uma fritura, não é o caso, mas que ela cheirou e passou longe, é verdade mesmo. Não desisto deles. Adoro. Não adianta seguir receitas. As tenho aos montes. Mas é o dia, o ovo, a farinha, o tempo, a hora, o dia, ......