ME SINTO UMA ÁRVORE DE NATAL

Hoje, na segunda etapa de exames, minha nora, Ana Paula, me acompanhou ao Conjunto Hospitalar. Depois de jejum absoluto inclusive de água por seis horas, fui atendida no horário marcado. Certinho. Maravilha. Mas, minha alegria durou pouco. Quando o médico começou a falar como seria o exame, ou seja TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME SUPERIOR E DE PELVE, a coisa começou a me preocupar. Nunca havia feito o dito e as expectativas não eram as melhores. Ao todo, foi uma hora e trinta minutos de exames. Consistiu em eu tomar logo de cara, a cada cinco minutos, num total de cinco copinhos, um líquido HORROROSAMENTE HORROROSO, de sabor inigualável. Era um contraste para que tudo lá por dentro ficasse bem clarinho e de fácil visualização. Depois, a enfermeira, um doce de pessoa, tentava a todo custo pegar uma das minhas adoradas e ágeis veias. Para que? Colocar ali também, na hora da tomografia, mais um contraste, que como ela mesmo disse, iria iluminar tudo por dentro, também. Não foi uma tarefa fácil. Fiquei até com pena da profissional. Mal sabia ela que estava lidando com veinhas profundas, finíssimas, frágeis e bailarinas. Mas por fim, venceu a profissional. Lá fui eu para a sala de Tomografia propriamente dita. SENHORDAGLÓRIA! Por que tão fria? Gelei na hora. Como dizia no pedido do exame, deveria estar com roupas sem nenhum detalhe de metal. Não entendi porque, pois fiquei nuinha. Aff. Que frio! Mais invasões no meu corpo arrepiado e cabreiro. Mas o carinho por parte da enfermeira falou mais alto e relaxei. Um pouquinho, só um pouquinho. Com um avental aberto na costa, me deitei na maca do aparelho e lá veio e enfermeira de mansinho, pedindo licença e mais um procedimento. Dessa vez, pela porta dos fundos. Pediu gentilmente que me deitasse de lado e sem que eu sentisse sua mão, lá estava ela me botando outro contraste, bumbum a dentro. Não senti dor, mas o desconforto é imenso. Quando a tomografia começou, o que percebi foi que deveria ter praticado apnéia. Uma voz, que vinha do tomógrafo, pedia: RESPIRE FUNDO E SEGURE. Eu obedecia. PODE RESPIRAR, dizia a voz. Mais uma vez, RESPIRE FUNDO E SEGURE. PODE RESPIRAR. Sem problemas não fosse o tempo que tive que ficar segurando a respiração. Ara Ara Ara, quando podia respirar já estava virando os olhos e quase sem fôlego. Daí então surgiu a enfermeira para colocar naquela veia que estava aberta com uma espécie de torneirinha o tal contraste . Quer dizer, por boca, veia e bumbum, entrando contraste, fiquei ou não fiquei uma ÁRVORE DE NATAL? Me imaginei toda iluminada por dentro. Parecia que se abrisse a boca no escuro, de dentro dela viria uma claridade suficiente para iluminar uma cidade. Mas tudo deu certo. Mais uma etapa terminada. Por hora estou no descanso. Tenho uns dias para me recobrar dos desconfortos de ser intimamente iluminada e depois ficar, como estou até agora, com uma porção de cuicas na barriga, que fazem uma sinfonia assustadora. Parece que engoli uma moto, não uma motinho, mas uma daquelas com escapamento aberto cujo motociclista é chegado em aceleração. Tenho a impressão que até os vizinhos estão escutando os roncos da minha barriga. Mas tudo bem. AH! JÁ IA ESQUECENDO (BRINCADEIRINHA), JÁ SORTEEI E LOGO MAIS OU AMANHÃ COMUNICO A VENCEDORA LÁ NO SEU BLOG E SE ELA PERMITIR, DIVULGO. Beijos.