NÃO IA FALAR, MAS VOU

Dias atrás, quando precisava que um médico do SUS, no caso o meu, desse um encaminhamento para um ONCOLOGISTA, telefonei para o Posto de Saúde, do meu bairro, onde faço avaliação da Pressão Arterial, tive de uma atendente a resposta que meu médico, poderia fazer esse encaminhamento, se quisesse, se estivesse numa boa lua.
Queria saber dela, se pelos critérios, esse era o caminho correto.
- Venha para um encaixe de consulta e lhe peça o encaminhamento. Se ele tiver de boa lua, ele lhe dá.
Fiquei danadíssima da vida e lhe respondi que não caíra de para quedas na frente do posto, e que era uma cliente do tal médico, já há bastante tempo, e que não ia depender da lua de ninguém para obter o tal documento.
Por meio de outras pessoas, de boa vontade e sem burlar vigilância, sem puxar tapete ou furar fila, consegui o encaminhamento e fui à consulta com o Onco.
Hoje foi dia de consulta normal com meu médico no Posto de Saúde e lhe contei o ocorrido.
O médico, meu amigo de longa data, que sempre atendeu minha mãe em hospital particular ou convênio, sempre com a mesma gentileza, carinho e atenção, ficou horrorizado com o sucedido. Ficou triste com o probleminha na minha saúde, disse que quer me ver como sempre fui, animada, alto astral e confiante e depois de ver meus exames e me explicar mais algumas coisinhas inerentes à eles, foi a vez de comentar sobre o procedimento da funcionária. Não lhe falei o nome da pessoa, mas ele ficou visivelmente injuriado com o fato. Me aconselhou a procurar a direção do posto e contar o ocorrido, mas expliquei que por enquanto me limitaria a me cuidar. Sei que seria certo me queixar dessa funcionária, mas por enquanto, estou pensando mais em mim.
Saí do posto com um grande abraço do meu médico, meu amigo e mais confiante ainda num ótimo final para tudo isso. Pelo simples fato de lhe contar o fato, já me senti aliviada.
Aquilo estava meio que engasgado na minha garganta. Agora digeri, não me faz mais mal.
Por enquanto isso me basta.